Elon Musk quer transformar a inteligência artificial em uma extensão do cérebro

O bilionário Elon Musk segue em sua jornada para tentar levar a humanidade para o cenário de algum filme de ficção científica. E, provando estar realmente empenhado em se tornar o Tony Stark do nosso mundo, ele revelou mais alguns detalhes da sua mais nova empresa, a Neuralink. Como o próprio nome sugere, a nova companhia quer construir uma inteligência artificial tão poderosa quanto a mente humana e, mais do que isso, transformá-la em uma espécie de extensão do nosso próprio cérebro.

Falando assim, até parece loucura, mas esse tipo de discurso entusiasmado já virou uma das marcas de Musk. Segundo ele, o objetivo é criar uma forma de nos conectar a computadores que praticamente nos levariam em direção a um novo salto evolutivo, abrindo novas possibilidades não apenas de comunicação, mas também de tornar processos cognitivos muito mais eficientes. Apenas em termos de comparação, pense no quanto a tecnologia estimulou o cérebro humano a processar informações mais rápido. Agora eleve isso a uma escala exponencial.

A coisa é tão ambiciosa que Elon Musk chega a citar um processo de comunicação muito mais direto do que aquele que usamos atualmente. Traçando um paralelo com processos digitais, ele diz que o modelo atual de interlocução entre duas pessoas parte do pensamento sendo compactado em um padrão de linguagem e descompacto pela outra pessoa a partir de sua cognição — mais ou menos como se a fala e os idiomas fossem uma espécie de WinRar cultural. Com os avanços da Neuralink, porém, o seu pensamento poderia ser transmitido sem passar por todo esse processo, de forma direta.

É claro que a proposta vai ainda um pouco além, incluindo a integração da inteligência artificial à nossa consciência. E é aí que a coisa realmente desanda para a ficção científica, já que Musk propõe de usarmos essa IA como uma faculdade mental extra e conectarmos nossa mente a uma espécie de nuvem que, basicamente, passaria a fazer parte de nós.

Como dito, a Neuralink é um projeto muito ambicioso — muito mais do que as outras iniciativas adotadas pelo bilionário —, o que significa que não devemos ver resultados tão cedo. Porém, o simples fato de o anúncio ter sido feito revela que há o interesse em pesquisar esse tipo de coisa e de buscar soluções práticas para essas questões que ainda são tão distantes de nós. De acordo com Musk, a empresa precisaria de, pelo menos, e oito a dez anos para trazer algum tipo de resultado minimamente satisfatório.

Fonte: Canaltech