Outdoor no Peru transforma ar em água potável

Dispositivo, instalado em vilarejo onde moradores não têm acesso à água potável, captura a umidade do ar e produz água.

Um outdoor nos arredores de Lima, Peru, transforma ar em água potável.

O dispositivo, criado pelos pesquisadores da Universidade de Engenharia e Tecnologia (UTEC) de Lima e pela agência de propaganda Mayo Peru DraftFCB, captura a umidade do ar e, com a ajuda de filtros, produz a água.

O painel tem uma localização estratégica, no vilarejo de Bujama, uma área ao sul da capital na qual os moradores quase não têm acesso à água limpa.

Segundo a UTEC, os pesquisadores queriam colocar a “imaginação em ação” e mostrar que é possível resolver os problemas das pessoas com engenharia e tecnologia.

“Um outdoor que produz água potável a partir do ar”, afirma o cartaz que produziu mais de 9 mil litros de água, o que dá uma média 96 litros por dia.

Capturando a umidade
Apesar das condições difíceis na região do vilarejo de Bujama, com poucas chuvas, a umidade do ar chega a 98%, segundo a UTEC.

“O painel captura a umidade no ar e a transforma em água. É simples assim”, afirmou Jessica Ruas, porta-voz da universidade.

Dentro do painel existem cinco dispositivos que extraem vapor de água do ar usando um condensador e filtros.A água é armazenada em tanques no topo da estrutura. Depois de filtrada, a água desce por um cano conectado a uma torneira, acessível a todos.

O custo do sistema é de US$ 1,2 mil (pouco mais de R$ 2,4 mil) e, segundo Ruas, pode se transformar em uma solução para o problema da falta de água.

“Não precisa ter a forma de um outdoor, mas a criatividade é a chave para o desenvolvimento (do projeto)”, afirmou.

A UTEC foi fundada há apenas um ano e está usando o painel com o objetivo de atrair as “mentes criativas que o Peru necessita”.

Os vizinhos do outdoor aprovaram o projeto e o outdoor se transformou em uma atração local entre os moradores e motoristas que passam pelo local, além de parte indispensável da vida no vilarejo.

“Não percebemos o tamanho do impacto que causaríamos”, disse Ruas.

Fonte: Último Segundo|Ciêncialogopet (1)