Linha de crédito impulsiona construção de edifícios verdes

Os arquitetos Guido Petinelli e Sandra Pinho Pinheiro montaram um escritório de engenharia há oito anos. Com experiência no Canadá, Guido queria trazer para a região sul do Brasil o conceito de green buiding (construção sustentável).

“Nunca foi tão barato construir um prédio energeticamente eficiente, com painéis solares e otimização do gasto de energia”, diz ele. A Petinelli Engenharia elabora estudos e presta consultoria para planejar a construção de uma edificação de forma integrada, para que não gaste nada de energia elétrica depois de pronto, reduzindo inclusive o impacto ambiental.

A empresa hoje é responsável por metade dos empreendimentos certificados no Brasil pelo Green Building Council, principal plataforma utilizada para construções sustentáveis no mundo.

O objetivo da Petinelli é planejar a viabilidade econômica de um prédio sustentável, focando em eficiência energética, sem aumentar o custo das obras. E nada melhor do que ter um estudo de caso para ilustrar essa ideia. Foi assim que eles conheceram a Fomento Paraná, instituição financeira de desenvolvimento do Governo do Estado.

Os empreendedores instalaram painéis de energia solar no telhado da sede da empresa, localizada no bairro Rebouças, em Curitiba, e captaram um financiamento da linha Fomento Energia, como reembolso do custo de implantação, para manutenção do capital de giro.

“Queremos oferecer este crédito barato e com prazo de carência para nossos clientes. A disponibilidade de crédito como esse da Fomento Paraná é fundamental para que indústrias e outras empresas invistam em green buildings”, afirma o arquiteto.

“Na medida em que o mercado financeiro se envolve, em especial a Fomento Paraná com esse produto excelente, vai beneficiar o cliente final”, explica Sandra.

EDIFÍCIOS VERDES – “Pensamos na integração do projeto como um todo, desde o tamanho das janelas, número de lâmpadas até a cor do piso, para termos eficiência energética”, afirma Guido. Segundo ele, o painel fotovoltaico (que transforma energia solar em energia elétrica) tornou-se uma commodity, o que reduziu muito os custos para se montar uma estrutura de captação, geração e consumo da energia.

“Temos clientes que são autossuficientes em energia. Ou seja, em menos de três anos já pagaram o investimento porque os painéis já geram energia suficiente para todo o gasto do prédio e o consumo de energia vem zerado”, destaca Rafael Sabetzki, engenheiro eletricista da Petinelli.

A título de comparação, para a cidade de Curitiba, um empreendimento comercial que consome 1.000 kWh por mês de energia, gasta aproximadamente R$ 700,00. Para utilizar energia solar, necessitaria de um sistema de aproximadamente 10 kWp ou 38 módulos fotovoltaicos, que representa uma área de 63 m².

FOMENTO ENERGIA – É uma linha de financiamento do Governo do Paraná para a aquisição de equipamentos para geração de energia a partir de fontes renováveis ou para substituição de lâmpadas e equipamentos para melhoria da eficiência energética. Permite financiar a aquisição e a instalação de todos os componentes de sistemas de micro e mini geração de energia elétrica fotovoltaica, eólica ou de biomassa.

MAIS CRÉDITO – Desde 2011, a Fomento Paraná contratou quase 29 mil operações de crédito com os empreendedores paranaenses da indústria, do comércio e do setor de serviços. Isso representa mais de R$ 960 milhões liberados para apoiar empresas de micro, pequeno e médio porte em todas as regiões do Estado.

Fonte: Sol Central