Especial: Impactos ambientais da construção de grandes usinas

Usinas hidrelétricas, térmicas e nucleares são a base da geração de energia no Brasil. Essas usinas são capazes de gerar quantidades enormes de energia elétrica, suficientes para abastecer cidades inteiras e grandes indústrias. Mas como qualquer obra de grandes proporções, a construção dessas usinas gera muitos impactos ambientais, que vão de grandes desmatamentos até a liberação de resíduos radioativos.

As usinas hidrelétricas carregam o problema da construção de uma barragem, essencial para garantir seu funcionamento mesmo que o fluxo do rio diminua, mas que alaga uma área enorme, altera o bioma local, desabriga moradores locais e ameaça espécies endêmicas a extinção. Já os impactos ambientais das usinas térmicas concentram-se, principalmente, na liberação de gases poluentes de efeito estufa. As usinas nucleares, por sua vez, produzem grande quantidade de lixo radioativo, que deve ser tratado e estocado por longos períodos de tempo.

Além disso, todas essas usinas são grandes obras que demandam muitos recursos naturais, como água, areia, cimento, madeira, que por sua vez acarretam na exploração excessiva das fontes desses recursos, gerando ainda mais impactos ambientais.

Uma das alternativas para mitigar os impactos dessas grandes obras consiste em evitar a construção das mesmas. Para isso, é necessário tornar o uso da energia mais eficiente e com menos desperdício e, aliado à isso, gerar energia sem recorrer àqueles grandes centros de geração. As alternativas são várias e incluem desde as pequenas centrais hidrelétricas até a geração de energia pelos próprios consumidores, usando, por exemplo, placas solares fotovoltaicas.

Soluções implementadas na cidade de Juiz de Fora

Em Juiz de Fora, na zona da mata mineira, algumas alternativas são postas em prática para reduzir a demanda pela energia gerada pelas grandes usinas. As mais importantes são uma usina térmica bicombustível, uma usina solar fotovoltaica na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e placas fotovoltaicas instaladas em postes de iluminação pública.

A usina solar fotovoltaica da Universidade Federal de Juiz de Fora possui 264 painéis, com capacidade instalada de 31,68 kWp. Desde o dia 27 de julho de 2011 a usina opera de forma experimental conectada à rede de distribuição elétrica. Hoje atende parcialmente o consumo da própria UFJF, ou seja, não injeta potência na rede elétrica da CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais).

Sem título

Vista parcial da Usina Solar Fotovoltaica da UFJF

A Usina Termelétrica de Juiz de Fora é a primeira usina termelétrica do mundo a operar com etanol. Por ser bicombustível, ela também pode operar com gás natural. Possui capacidade total instalada de  87 MW, fazendo parte do parque gerador da Petrobras e é conectada ao Sistema Interligado Nacional.

O uso do etanol reduz em 30% a emissão de poluentes pela usina, em comparação com o gás natural. A usina permanece com a mesma potência e eficiência do gás natural, porém com redução de 30% na emissão de aldeídos (NOx) e por isto menor uso de água para controlá-los. Isto além de zerar a emissão de dióxido sulfúrico (SOx).

Usina termelétrica bicombustível em Juiz de Fora

Cinquenta e cinco trevos e acessos da BR-040, entre Juiz de Fora e Duque de Caxias, receberam luminárias ecológicas, com lâmpadas LED e mantidas a energia solar. Ao todo, 188 luminárias foram instaladas na rodovia.

Sem título

Luminárias a energia solar em Juiz de Fora

Soluções como essas contribuem para a diversificação da matriz energética brasileira, conferem maior robustez ao sistema elétrico e estão alinhadas a questões como sustentabilidade e viabilidade econômica.

O Brasil, seguindo tendências observadas nos países desenvolvidos – especialmente Alemanha e Espanha -, busca formas de implantar fontes alternativas para geração de energia, especialmente após passar por uma crise energética marcada por chuvas escassas e uso recorde de usinas termelétricas, o que causou aumento drástico no custo da energia para a indústria e população.