Entrevista: PET Elétrica em Brunel!

 

 

Sérgio Barbosa Neves Júnior é ex bolsista do PET Elétrica e ainda o frequenta de forma voluntária. Participando do Ciências Sem Fronteiras (CSF) no ano de 2013 a 2014, Serginho – carinhosamente apelidado pelos seus colegas petianos – pôde ter uma das maiores experiencias de suas vida, fazendo parte do corpo discente da Brunel Universit of London, no Reino Unido. Atendendo ao pedido do Blog Energia Inteligente, Serginho vai nos contar um pouco sobre a vivência no exterior.

1) O que despertou seu interesse em participar do CSF?

“A vontade de ter contato com uma cultura diferente, além de aprimorar a língua inglesa, despertou minha vontade de ter uma experiencia academia, um desafio pessoal, por isso decidi me candidatar à Universidade de Brunel (Brunel Universit of London), que é bem diferente da UFJF.”

 

2) Quais as diferenças que você notou na metodologia de ensino entre a Universidade de Brunel e a Universidade de Juiz de Fora?

“Na UFJF o ensino é muito mais aprofundado na teoria, porém em Brunel tive mais contato com aulas práticas, laboratórios, situações bem próximas do cotiano do engenheiro, além de um grande foco nas competências transversais, que o PET defende que sejam implantadas nas Universidades brasileiras. Em relação ao método de avaliação, Brunel oferecia muito mais trabalhos práticos, que faziam os alunos exercitarem seus conhecimentos de forma mais real, as provas teóricas eram feitas uma vez ao ano! Na UFJF o aluno de Engenharia enfrenta maçantes 3 provas em cada matéria, isso quando não realiza a famosa prova substitutiva (espécie de recuperação) para atingir a nota mínima de 60 pontos – em Brunel a média era 40.”

 

3) Qual projeto você desenvolveu em Brunel?

“Junto com professores e alunos do mestrado de lá, desenvolvi uma inteligencia artificial para controlar conjuntos de drones para voarem em harmonia, baseado na forma de comportamento de animais que movimentam-se em bando – como cardume de peixes e enxames de abelhas, por exemplo. Demos o nome de ‘Quadcopters Swarm Control’ .”

 

4) Como foi o desenvolvimento do projeto?

“Primeiro, pegamos a teoria, estudamos a base de como os enxames se comportam, pois eles se baseiam em 3 leis de sobrevivência: a primeira é que todos tem mais ou menos o mesmo objetivo em comum, uma direção em comum; a segunda é que eles evitam se colidir, então mantém certa distância entre si; a terceira é que o grupo evita se dispersar, então eles tentam se manter concentrados numa certa área. Depois, aplicamos isso matematicamente em simuladores para testar esse comportamento num drone. Paralelamente, desenvolvemos tanto a parte mecânica quanto a parte de comunicação entre todos os drones.”

 

4) Alguma atividade ou experiencia que você teve no PET lhe auxiliou a participar do Quadcopters Swarm Control?

“O PET me deu uma boa base em eletrônica, programação e protocolos de comunicação, microcontroladores, antenas e em elementos teóricos da Engenharia Elétrica, além das competências transversais que o PET oferece, como trabalho em equipe, boa comunicação, pensamento crítico, saber lidar com o inesperado, encarar desafios sem receios, que foram essenciais para desenvolver bem um projeto com equipe de pessoas de uma cultura diferente da brasileira.”

 

5) Após a período de intercambio, quais os conhecimentos e experiencias você trouxe para o grupo petiano?

“Trazendo as experiencias do intercâmbio, sugeri a criação de um novo projeto:  o Drone Autônomo. Afim de dividir bem os conhecimentos que adquiri, ofereci aulas e minicursos para alguns colegas sobre as teorias de funcionamento e a linguagem de programação necessárias para essa aplicação. Várias pessoas do grupo se interessaram em participar, enfrentamos dificuldades no começo porque lidar com um drone é algo avançado, mas a equipe petiana jamais me desapontou.”

 

6) Você poderia nos contar mais sobre o Drone Autônomo?

“Nosso objetivo é utilizar sensores e uma câmera embarcados no drone para que ele possa ter um voo totalmente autônomo, reconhecendo trajetórias pré determinadas e, futuramente, possa seguir alvos através do reconhecimento de imagem. E ainda tivemos um desafio maior que foi projetar e construir toda a estrutura através da impressora 3D do próprio PET; tal estrutura precisou ser cuidadosamente estudada para poder suportar o peso dos equipamentos utilizados sem comprometer a aerodinâmica. A equipe participante cresceu muito academicamente, precisaram estudar tópicos como controle digital, robótica móvel, processamento de sinais que são essenciais ao curso de Engenharia Elétrica. Valeu, e está valendo, muito à pena estar neste projeto! “

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