Rede elétrica inteligente ajuda a reduzir perdas

A chegada ao setor elétrico da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) é questão de tempo, disse Pedro Kurbhi, gestor executivo do grupo EDP no Brasil. Ele participou na quarta-feira do evento Fóruns Estadão IoT e Infraestrutura.

“Observando países em que o setor é mais amadurecido, conseguimos ter certeza de que o mercado brasileiro também vai ser impactado por IoT”, afirmou Kurbhi, durante painel sobre tráfego de dados, segurança e eficiência energética.

Por enquanto, segundo o executivo, o setor energético passa pelas primeiras etapas de transformar processos analógicos em digitais.

A aplicação de tecnologia para eficiência energética será indispensável para as cidades inteligentes nos próximos anos. Para os painelistas, o brasileiro já está acostumado a reduzir custos energéticos devido aos problemas de racionamento de energia vividos no início dos anos 2000.

Celso Motizuqui, gerente geral de vendas da Furukawa, lembrou que, até 2050, 80% da população mundial morará em áreas urbanas. A gestão de energia, portanto, será primordial para o funcionamento das cidades. Para isso, será necessária a implementação em larga escala da rede elétrica inteligente, também conhecida por smart grid.

Atualmente, são poucas as cidades brasileiras que contam com a tecnologia, que tem como característica automação da rede, melhora no controle da distribuição e redução dos tempos de falhas.

Cidades inteligentes. Melhorar a gestão da energia é fator-chave para garantir o funcionamento de municípios completamente conectados.

A adoção do IoT deve transformar as cidades em espaços inteligentes (smart cities, em inglês). Conectividade e energia elétrica serão fatores primordiais para isso.

Anderson Dornelas, gerente de projetos de soluções de energia da Hitachi Consulting na América Latina, ressaltou a importância da energia elétrica nos próximos anos.

“Estimamos que, em alguns anos, a demanda por energia será semelhante à procura por água. A sociedade não conseguirá viver sem energia, nem mesmo por apenas alguns segundos”, acrescentou o executivo da Hitachi.

Os painelistas concordaram que a atual infraestrutura energética brasileira não conseguiria dar suporte a uma sociedade totalmente conectada.

Os investimentos em expansão dos projetos de smart grid para todo o território nacional ainda são um desafio para as empresas concessionárias de energia elétrica, disseram.

Maria Tereza Vellano, diretora de planejamento, engenharia e obras de distribuição da AES Eletropaulo, afirmou que as principais dificuldades estão relacionadas aos custos dessa tecnologia.

“O principal desafio é o custo dos equipamentos. Mesmo os produtos locais são muito caros, o que dificulta a expansão. Para se ter uma ideia, o medidor inteligente usado num smart grid custa R$ 800, enquanto o convencional sai por R$ 70”, explicou.

A crise econômica brasileira foi apontada pelos participantes como um dos fatores que inibem os investimentos.

Proteção. Com a rede elétrica totalmente conectada, sua segurança torna-se um desafio. “Além de decidirmos como será a implantação dessas redes inteligentes, precisamos pensar ainda em formas que as tornem imunes a ataques de hackers”, disse Motizuqui.

Fonte: Engenharia É