COP 21: Soluções para uma gestão energética eficiente

Incluir fontes limpas em sua matriz é condição fundamental para que o Brasil cumpra os acordos assumidos na Conferência do Clima

electricity-plugged-to-the-globe_shutterstock_89738425-color-print_1200x600Quem não se lembra – ou pelo menos ouviu falar – dos apagões e do racionamento de energia que atingiram o país em 2001? Os transtornos causados para a economia e para a vida de milhares de pessoas tornaram evidente a importância de uma gestão energética eficiente, responsável e com metas de longo prazo. No Brasil, as estratégias e diretrizes para o desenvolvimento e a expansão da demanda e oferta de recursos nos próximos dez anos são definidas no Plano Decenal de Energia (PDE), documento elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Nele estão previstos investimentos e fontes de energia que apoiarão o crescimento da economia nesse período. O ponto principal nas discussões está na composição da matriz elétrica do país, hoje predominantemente hidráulica.

O Brasil vem tentando incluir uma fatia expressiva de fontes limpas, como a energia solar, eólica, de biomassa e a proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), na sua matriz. Com isso, ratifica a intenção de se comprometer com as metas de redução nas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), condição fundamental para que os acordos assumidos na COP 21 sejam cumpridos. Atualmente, o percentual das fontes de energia limpa na matriz elétrica brasileira é de cerca de 70%, sendo 9,4% correspondente às energias solar, eólica e biomassa – percentual que vem crescendo nos últimos anos (em 2013, correspondia a 7,7%). Esse aumento se deve principalmente aos novos parques eólicos e às usinas solares, que representaram um incremento de 122% na matriz entre 2013 e 2014.

Alternativas limpas e eficientes

– O investimento em produção de energia elétrica por meio de fonte eólica será de quase R$ 50 bilhões até 2018, segundo a ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica). Exemplo de peso pode ser visto na Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), que deverá investir cerca de R$ 5 bilhões em projetos desse tipo até 2016.

– Atualmente, a energia proveniente do sol é responsável por 0,02% da potência elétrica do Brasil. Segundo estimativas do MME, 7 mil MW de capacidade instalada serão incrementados na matriz elétrica até 2024, com um investimento de aproximadamente R$ 155,8 bilhões. Isso vai representar 4% da potência instalada de eletricidade total do país.

– Também é necessário refletir sobre a utilização consciente da energia elétrica. Grandes consumidores, como as indústrias, estão repensando seus processos de produção, tentando torná-los cada vez menos dependentes de desse tipo de recurso.

–  Outra importante tecnologia para o uso eficiente são os Smart Grids, que utilizam tecnologia e informação para tornar os sistemas de distribuição e de transmissão de energia elétrica mais inteligentes e eficazes. Por meio de medidores eletrônicos, os Smart Grids disponibilizam uma série de funcionalidades que permitem o aprimoramento da medição do consumo de energia, com base no acompanhamento do consumo, além de proporcionar o desligamento e o acionamento remoto de aparelhos eletrônicos – formas de monitorar e tornar racional o consumo de energia elétrica residencial.logo-pet-2

Fonte: Época Negócios