Aneel deve adiar pagamento de julho pelo uso das usinas termelétricas

 Medida vai evitar inadimplência, já que distribuidoras não têm recursos. Socorro às empresas já consumiu R$ 11,2 bilhões até junho.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve adiar para o final de julho o pagamento da nova parcela pelo uso mais intenso das termelétricas e pela compra, feita por distribuidoras, de energia no mercado à vista. A fatura, de R$ 1 bilhão, venceria na quarta-feira (9).

O assunto será votado em reunião extraordinária da agência na próxima quarta. Com o adiamento da data de vencimento, evita-se a inadimplência no setor. As distribuidoras alegam não ter dinheiro em caixa para cobrir esse custo e o governo ainda não decidiu se vai socorrê-las novamente e como isso será feito.

Entre abril e junho, já foram usados R$ 11,2 bilhões emprestados junto a um grupo de bancos para quitar a dívida das distribuidoras com o uso das termelétricas e a compra da energia no mercado à vista. A previsão do governo era que esse dinheiro seria suficiente para os gastos extras até dezembro, mas ele só cobriu 3 parcelas.

A medida faz parte do plano de socorro às distribuidoras anunciado pelo governo em março. Ele foi necessário depois que a falta de chuvas no início de 2014 provocou queda acentuada dos reservatórios das hidrelétricas e fez disparar o preço da energia no mercado à vista.

Novo empréstimo
Uma das soluções analisadas pelo governo é a ampliação do empréstimo junto ao grupo de bancos. Essa medida já está prevista pela decisão que autorizou a operação financeira, aprovada pela Aneel. O problema é que os empréstimos – os R$ 11,2 bilhões já sacados e outros valores, se vierem – serão pagos pelos consumidores, via conta de luz, a partir de 2015.

A parcela de R$ 1 bilhão se refere ao gasto extra em maio – a liquidação dos valores é feita sempre dois meses depois, por isso estava marcada para o início de julho. Além disso, o governo precisa definir o que será feito com as outras parcelas, que vencem entre agosto e dezembro.

Essa conta bilionária com uso de térmicas e compra no mercado à vista deveria ser paga, neste primeiro momento, pelas distribuidoras de energia, que receberiam os valores de volta com o aumento nas contas de luz no futuro. Mas as empresas alegaram não ter caixa suficiente e, por isso, o governo anunciou um plano para socorrê-las.

Fonte: g1.globo.comlogopet