Tecnologia viabilizou o resgate dos 12 garotos tailandeses presos em caverna

Durante esta terça-feira (10), chegaram ao fim as operações de resgate dos 12 garotos, integrantes do time de futebol mirim Wild Boars, que estavam presos no complexo de cavernas Tham Luang Nang Non, no norte da Tailândia, com o treinador deles há 18 dias. A frota real tailandesa, conhecida como Thai navy Seals, responsável pela libertação do time, afirmou que todos os 13 cativos foram retirados do local com sucesso e estão em razoável estado de saúde, fora de perigo de morte ou sequelas mais severas após o tempo de enclausuramento.

 

Os quatro garotos e o técnico, resgatados na manhã desta terça-feira (10), foram levados de helicóptero para o hospital Prachanukroh, na cidade mais próxima, Chiang Rai, onde os outros oito meninos, resgatados na segunda-feira (9) e no domingo (8), já estavam sob observação clínica.

Tecnologia no resgate

Devido à dificuldade de acesso ao local onde o grupo se encontrava, muitas soluções tecnológicas foram usadas. Também foram formadas parcerias com militares estadunidenses, mergulhadores britânicos especializados em ações em cavernas, além de trabalhadores de diversas nações, incluindo Austrália, Japão, China, Mianmar e Laos. Eles foram responsáveis por levar suprimentos de saúde e comida aos cativos, além de instalar tubos de ar para levar oxigênio até onde o grupo estava localizado, após o uso de drones equipados com câmeras termais com zoom óptico capaz de aumentar as imagens 30 vezes ajudarem no mapeamento 3D do complexo de cavernas para encontrar o grupo.

Segundo Thana Slanvetpan, um dos responsáveis pelo resgate, ninguém sabia muito bem o que seria necessário para completar o salvamento, então toda tecnologia disponível era bem vinda. “A vantagem de usar o drone é que simplifica as buscas. As cavernas possuem cerca de 100 pontos de acesso possíveis. Ao invés de explorar cada local, nós usamos o drone”, disse ele.

Além disso, foram utilizados rádios portáteis capazes de manter a comunicação mesmo em longas distâncias, ainda que a região não ofertasse infraestrutura de comunicações para as equipes. A Maxtech Networks emprestou equipamentos de rádio para as operações e seu CEO, Uzi Hanuni, afirmou: “Rádios comuns falham nesse complexo”. A companhia israelense cedeu 17 rádios e um de seus engenheiros para as buscas. Os dispositivos especiais foram fabricados pela Entel, do Reino Unido, e contavam com softwares desenvolvidos pela Maxtech capazes de comunicação num raio de até três quilômetros sem a dependência de torres de rádio ou qualquer outra estrutura física para enviar os sinais. “Você não precisa pré-programar os rádios, basta entrar com eles, onde quiser e eles funcionam automaticamente”, declarou Hanuni.

Entretanto, a equipe de mergulhadores britânicos utilizou uma tecnologia bem mais antiga para a comunicação — os HeyPhones, desenvolvidos há quase duas décadas. O sistema de comunicação utilizado pelos mergulhadores usou frequências ultrabaixas para permitir o envio de mensagens através de centenas de metros de rochas e água.

Elon Musk não salvou o dia

O multibilionário da SpaceX, The Boring Company e Tesla ofereceu recursos para que os meninos pudessem ser resgatados, chegando a desenvolver um mini-submarino para adentrar na caverna. Entretanto, Narongsak Osatanakorn, responsável pela operação, educadamente agradeceu e recusou a ajuda, dizendo que “embora seu equipamento seja tecnologicamente sofisticado, ele não se adequa à nossa missão de entrar na caverna”. Quando a BBC News publicou no Twitter sobre a recusa de Osatanakorn, foi respondida por Musk com algumas correções, além de uma captura de tela mostrando mensagens de e-mail trocadas entre empresário e Richard Stanton, co-líder das operações de resgate, a quem Musk chamou intimamente de Dick.

Apesar de não ter salvado o dia, Musk demonstrou felicidade no Twitter após o resgate do time:

Fonte: CanalTechlogo_pet2